
O artista Raul Solnado faleceu, ontem, 8 de Julho, devido a doença cardiovascular.
Nasceu e cresceu num bairro de Lisboa e desde muito cedo se fez notar no meio artistico.
Em 1952, teve a sua primeira aparição pela mão de José Viana (falecido em 2003) e só 57 anos mais tarde viria a sua carreira estagnar.
Do teatro, a sua grande paixão, passando pelo cinema, pelas séries e revistas á portuguesa Solnado protagonizou alguns dos momentos mais marcantes da da história e da comédia nacional.
Exemplos disso são: ”Os Monólogos da Guerra”, “Zip-Zip” (ao lado de Almada Negreiros), “1,2,3” (onde as rábulas com Carlos Cruz eram hilariantes), “A Visita da Cornélia”. No cimena é notório o seu papel em “A Balada da Praia dos Cães”, do realizador, José Fonseca e Costa.
Mais recentemente participou, com Bruno Nogueira, em “ As Divinas Comédias” programa esse que estreou, na RTP 1, um dia antes de falecer.
Um dos seus grandes desejos foi alcançado com a abertura da Casa do Artista,em Lisboa, e do qual foi um dos co-fundadores em pareceria com o actor Armando Cortez .
O principal objectivo desta fundação é proporcionar um final de vida digno a todos os artistas nacionais.
Raul Solnado foi, em conjunto com António Silva e Vasco Santana, um dos artistas que maior impacto e influência teve na comédia nacional.
Essa influência, também, esta patente nos comediantes portugueses. De Herman José, a Bruno Nogueira, António Feio, dos Gato Fedorento, Nuno Lopes, todos se inspiram na obra de Solnado.
Tinha segundo Nicolau Brayner “essa capaciade de se rir de si próprio”. Um dia o comediante confessou que tinha pena do público que se ri dos palavrões “tenho imensa pena de um cómico que precisa de dizer palavrões para provocar o riso” .
O artista parte mas a sua obra fica para que um dia se possam lembrar do soldado que um dia bateu á porta e perguntou se “a guerra de 1908” já tinha começado.
Raul Solnado nasceu a 19 de Outubro, de 1929, e faria 80 anos. O corpo encontra-se no Palácio das Galveias e o funeral realiza-se, hoje, pelas 18 horas, no cemitério dos Olivais. Pelas 20 horas o corpo do actor será, comforme a sua vontade, cremado.
Costuma-se dizer que os grandes artistas morrem de pé e ao som de palmas pois que assim seja com Raul Solnado e como este costumava dizer “façam o pavor de serem felizes”.
Diana Pereira